top of page

Vou embrenhando nas palavras, embriagando a poesia e esculhambando as orações, criando conjugações e esfolando-as sem pena, com a mesma pena que traço os dias e refogo o molho desses pensamentos tortos. Vou à deriva de um mar revolto, calmo como o tempo que muda sempre na hora errada. Sigo!


Precisava essa chuva agora?


Vou sedento de idéias velhas e novas possibilidades para citá-las e quem sabe assim fazer acreditar que são somente idéias de tempos melhores passados e de futuros incertos, sigo engravidando o tempo de tortuosos segundos riscados na pena de alguns milhares de minutos perdidos noutro tempo de idéias vãs.


A chuva parou.


Vou saindo em pensamentos falidos de propostas fúteis, não sou, nem serei mentor de coisas vossas, mexo com as palavras por permitir que elas invadam-me a alma em diálogos solitários de uníssonos sons, quebrando a maré da frase posta. Nem todo penso é torto! Penso então que o melhor remédio é fuçar, esmiuçar, tanger, brincar com elas. Palavras órfãs de verbos e adjetivos mortos na tragédia do tempo.

bottom of page