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Quando uma palavra cansa, se perde no tempo do verbo e esquece a oração coordenada do que é subjetivo, às vezes quando se cansa de ser somente palavra, rebela-se e insisti em dizer-se chave, querendo ser sujeito (ou sujeita), ainda não conheço a tal palavra, como saberia se o artigo é masculino ou feminino (A ou O). Algumas vezes ela se complementa no tempo, mas este, já cansado de tantas palavras tontas não dar o credito a dita. Acreditas? Em algum momento desse tempo acharei a palavra pra começá-lo de fato e parar de encher linhas e gastar teclas. Na época da datilografia a gente pensava mais antes de escrever, ou quando o fazia a lápis, pra não gastar papel, nem borracha, nem fita e nem palavras, pensava-se mais antes de agir também.

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Era da palavra mesmo que queria falar, na verdade hoje procuro um jeito de parar, como parar uma palavra? Talvez se eu fosse ao Pará e bem ao norte, ao parar encontrasse a palavra que habita por lá ou, se por sorte quem sabe, não a deixaria pelas estradas áridas do Piauí, passa-se por lá, é caminho. Em Paulistana tem uma casa de divertimento muito boa, indo ao Pará, pare por lá e conheça, tem palavras alegres naquela gente. Também. Não que essa que venho tentando calar não seja; é isso talvez seja mais fácil calar do que parar. Calar: Omitir, não responder, deixar de se manifestar... Parar: Cessar, não movimentar, habitar...

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Habita essa palavra em meus tempos verbais a tempo.

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Agora misturou tudo, tenho a palavra e não sei omitir, não posso então calar-me, quero parar, mas se Pará também representa habitar, essa palavra então parou nesse pensamento claro, para mim é claro, é sua a palavra, mas não lhe pertence, você nem a pega, insisti em silenciar, insisto em falar. Engraçado isso dessas palavras que insistem em nos cercar de pequenas conjunções alternativas, agora mesmo queria começar um novo texto, e procurando não dizer mais nada, Achei a palavra desse – FIM – Hora de terminar, pois nada foi dito em comum. Essa palavra esconde-se, meu verso um dia lhe acha nem que seja no subjetivo sonho das letras mortas. E assim como dizem por aí: 

Inês é morta!

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