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​Quinquilharias

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É bem assim na memória
De um momento marcado
Quando fica registrado
Um pedaço de história
Um rabisco da vitória
Quando ela chega no ponto
Chega num vento, que tonto
Aguça coisas passadas
Moças, cantigas, tocadas
Saudando a casa do conto

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Das velhas quinquilharias
Dando lugar pr´outras novas
E no decorrer das provas
De cada raiar dos dias
As nossas destilarias
Dos objetos que ficam
Nos tempos se multiplicam
Nem sempre são de acalanto
Porão moinhos de encanto
Onde as saudades nos ditam

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Nessas saudades de terra
Do cheiro, do pó do ar
Onde se pode contar
Por ser refugio de guerra
Onde a memória não erra
Nem mesmo conta a idade
Conhece cada cidade
Aos olhos dos objetos
Alimentando decretos
Buscando a felicidade

​

No canto desse porão
Um conto sempre aparece
Quem já passou não esquece
E muito mais passarão
Aqui do velho balcão
Olhando para o passado
Vejo o recanto encostado
Acobertado no manto
Do tempo que ainda tem tanto
Momento pra ser marcado.

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